REGIÃO

Região cria Movimento Negro “Empoderar” para enfrentar a discriminação racial

O dia 21 de março entrou para o calendário nacional como um marco no combate à Discriminação Racial no Brasil. Para fortalecer as ações anti-racistas e promover o debate necessário sobre o tema, a região se mobilizou, criando no último dia 18 de março o Movimento Negro “Empoderar”.

Para que o encontro intermunicipal fosse realizado com sucesso, Maria Luiza Rodrigues – uma das lideres da causa em Andradina, emprestou sua residência para sediar o encontro que reuniu representantes de Castilho (Rosângela Maria Silva), Ilha Solteira (Silvia Rodrigues Caldeira e Terezinha Maria das Graças), Três Lagoas-MS (Christiano Neves) e Andradina (Marinalva, Maria e Edna, além da própria anfitriã). Além deles, o grupo também reúne representantes de Guararapes e Pereira Barreto que não puderam comparecer ao evento realizado neste último sábado.

Durante este encontro, ratificamos a importância de atuarmos em todos os espaços pois, infelizmente, o racismo e a discriminação ainda são uma triste realidade que exige enfrentamento diário”, explica a formanda em psicologia e coordenadora do Movimento, Rosângela Maria Silva.

Um dos planos de ação considerado prioritário pelo grupo é o lançamento de uma campanha regional para “riscar” do vocabulário popular, termos usados diariamente pelas pessoas sem entender que a origem dos mesmos, é a expressão nua e crua do racismo.

São vários os exemplos que podemos citar e que a grande maioria nunca parou pra pensar no real significado. ‘Meia Tigela’, por exemplo, é uma referência pejorativa à quantidade de alimento servido aos negros brasileiros que não conseguiam atingir suas metas no trabalho árduo diário. Quando utilizado atualmente, sem perceber, estamos rotulando alguém ou alguma coisa como sem valor ou medíocre. ‘Mulata’ é outra expressão comum no vocabulário dos brasileiros e que também possui uma origem desdenhosa: ela veio da língua espanhola e literalmente se refere ao filhote do cruzamento de cavalo com jumenta ou de jumento com uma égua. Então não estamos elogiando uma mulher ao chamá-la de Mulata, e sim, comparando-a a um animal desprovido de inteligência e também uma mercadoria. Estes são apenas dois de uma infinidade de exemplos que poderíamos passar dias listando. E o pior de tudo é que, embora a grande maioria não entenda o real significado destas palavras, muitos outros a empregam com o significado original, visando ofender e humilhar os negros”, justifica Rosângela ao explicar a necessidade da referida campanha.

Nos próximos encontros do Movimento Negro “Empoderar”, serão discutidas outras ações conjuntas para a região e o grupo tende a usar recursos como mídias eletrônicas, expressões artísticas, palestras, debates, encontros e fóruns para promover a discussão sobre o racismo no Brasil e pontuar as ações de combate à discriminação.

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