REGIÃO
Estudo do Detran-SP aponta queda nas mortes por atropelamentos em São Paulo e outras cidades

Um estudo divulgado nesta quarta-feira (23/07) pelo Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP) revelou que o número de mortes no trânsito, especialmente por atropelamentos, tem apresentado tendência de queda em diversas cidades paulistas, incluindo a capital. A análise foi apresentada durante um evento com jornalistas e se baseia em dados da plataforma Infosiga, que reúne estatísticas de sinistros viários no estado. Foto: Governo de São Paulo/Divulgação.
O levantamento abrange o período de janeiro de 2015 a fevereiro de 2025 e identificou 28 municípios com tendência significativa de redução nas mortes no trânsito. Entre os destaques, cidades como Presidente Prudente, Guarujá, Guaratinguetá, Ribeirão Pires, Catanduva e Araraquara mostraram queda geral nos óbitos.
Em relação às mortes de pedestres, a capital São Paulo figura entre os municípios com tendência de redução, ao lado de Santos, São José do Rio Preto, Mogi das Cruzes, Campinas, Guaratinguetá, Guarujá, Cubatão e Osasco.
Segundo o estudo, os pedestres são o segundo grupo mais vulnerável no trânsito, atrás apenas de motociclistas e seus passageiros. Em 2024, eles representaram 17% dos óbitos registrados. A queda nas mortes é atribuída a campanhas educativas, ações de fiscalização, capacitação de agentes e políticas públicas municipais integradas com o Estado.
Para Reynaldo Neto, analista sênior do WRI Brasil, “o Estado de São Paulo tem papel crucial ao articular diretrizes nacionais e impulsionar o desenvolvimento de programas e uma engenharia de trânsito mais segura”.
Além da pesquisa, o governo estadual está elaborando o Plano Estadual de Segurança Viária, que reunirá metas, indicadores e estratégias para orientar as ações nos municípios, em consonância com o compromisso assumido na Segunda Década de Ação pela Segurança no Trânsito da ONU, que prevê reduzir pela metade as mortes e lesões no trânsito até 2030.
Cresce número de mortes de motociclistas
Apesar da queda nos casos envolvendo pedestres, o estudo também acendeu um alerta para o crescimento das mortes de motociclistas em diversas cidades paulistas. Em 2023, eles representaram 46% dos óbitos no trânsito no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde — uma alta expressiva em relação aos 33% registrados em 2010.
Especialistas associam esse aumento ao crescimento da frota de motos, impulsionado principalmente pelo uso em entregas e mobilidade urbana. A diretora de Segurança Viária do Detran-SP, Roberta Mantovani, reforça que os dados devem servir de base para ações específicas. “Cada município tem a obrigação de olhar para o seu sistema de trânsito e estabelecer medidas. Temos feito um trabalho para integrar os municípios nesse enfrentamento.”
A expectativa é que, com o apoio técnico e estratégico do Detran-SP, os municípios consigam reduzir a letalidade nas vias e construir um trânsito mais seguro e humanizado para todos.