Com o avanço da estiagem e o aumento do risco de queimadas, o Governo do Estado de São Paulo intensificou a Operação SP Sem Fogo com um aporte de R$ 11 milhões por meio da Fundação Florestal, vinculada à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil). O objetivo é fortalecer a prevenção e o combate a incêndios nas Unidades de Conservação (UCs), unindo tecnologia de ponta, equipes ampliadas e estratégias integradas de resposta rápida. Foto: Agência SP.
Tecnologia e estrutura para ação imediata
O novo investimento contempla a aquisição de equipamentos especializados, como motobombas, mochilas costais, ferramentas multifuncionais e tanques flexíveis com capacidade de 20 mil litros. No total, foram adquiridas 12 motobombas, 1.100 ferramentas manuais, 200 mochilas costais e lanternas táticas para operações em campo.
Além disso, 57 bombeiros civis foram contratados para reforçar a atuação nas UCs. A frota de apoio inclui cerca de 8 caminhões-pipa, 35 quadriciclos, 40 veículos leves e 75 caminhonetes equipadas com motobombas, já em operação e distribuídas estrategicamente pelo estado.
Monitoramento inteligente e resposta integrada
Um dos grandes diferenciais da operação está no uso de tecnologias de monitoramento em tempo real. Dois sistemas de satélite – o SMAC (Sistema de Monitoramento e Alerta Climático) e o PANTERA – identificam focos de calor e geram alertas com até 24 horas de antecedência, cruzando dados de sensores com informações meteorológicas e vegetacionais. O monitoramento é reforçado com drones equipados com câmeras termais, capazes de localizar focos até em mata fechada e durante a noite.
Todas essas informações são centralizadas na Sala SP Sem Fogo, gerida pela Defesa Civil, que reúne dados meteorológicos, imagens por satélite e relatórios das equipes de campo. Essa integração permite uma resposta ágil e coordenada entre os órgãos estaduais.
Capacitação contínua e presença no território
A Fundação Florestal também tem promovido oficinas e treinamentos para reforçar a atuação das equipes. Em 2025, foram realizadas 15 oficinas regionais com cerca de 3 mil participantes, além de capacitações específicas em Sistema de Comando em Emergência (SICOE) para gestores das unidades.
A atuação integrada entre Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e equipes da Fundação prioriza a vigilância contínua e ações preventivas, utilizando aeronaves de asa fixa e helicópteros para combate em regiões de difícil acesso.
Resultados concretos
Casos como o da Estação Ecológica do Jataí, que enfrentou dois incêndios criminosos em 2024, mostram a eficácia do sistema. Graças à resposta rápida e ao trabalho das equipes, a área já apresenta sinais avançados de regeneração natural.
Somente no ano passado, 376 profissionais da Fundação Florestal foram mobilizados em ações de combate, com investimento total de R$ 18 milhões.
Parceria entre secretarias e órgãos estaduais
A Operação SP Sem Fogo é um esforço conjunto entre diversas secretarias estaduais, incluindo Meio Ambiente, Segurança Pública e Agricultura, além de contar com o apoio da Polícia Militar Ambiental, Cetesb, DER e da própria Fundação Florestal. As ações são desenvolvidas durante todo o ano, organizadas por fases (verde, amarela e vermelha) de acordo com o nível de risco.
“A combinação de inteligência climática, presença territorial, capacitação contínua e tecnologia de alta precisão é o que nos permite proteger de forma mais eficaz nossos patrimônios naturais e também as zonas de amortecimento”, afirma Rodrigo Levkovicz, diretor-executivo da Fundação Florestal.
Com isso, São Paulo avança na proteção ambiental, prevenindo danos irreparáveis e preservando sua rica biodiversidade mesmo em períodos críticos de seca.