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PCC ONLINE: ‘Agiotas’ de facção movimentam mais de R$ 20 milhões em um ano

Extorsão, roubo e até sequestro. Essa era a maneira que parte de um bando ligado ao Primeiro Comando da Capital agia para cobrar empréstimos de devedores da quadrilha. Os juros chegavam a 300%. Em caso de inadimplência, havia multas e taxas diárias.

A ação do grupo, que agia principalmente em cidades do Alto Tietê, começou em meados de 2020, segundo o Ministério Público. Só no ano passado, foi movimentado R$ 20 milhões em empréstimos, “demonstrando que era uma organização criminosa extremamente rentável”, segundo os promotores.

Nesta terça-feira (7), a Polícia Militar, por meio do Comando de Choque, deflagrou a operação conjunta com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) para cumprir 11 mandados de prisão expedidos pela Justiça Paulista. 

Os militares do grupo de elite da PM paulista também vasculharam endereços em São Paulo, Mogi das Cruzes, Poá, Suzano, São José dos Campos, Arujá, Guarulhos e Santa Isabel. Ao todo, nove suspeitos de integrarem a organização criminosa foram presos. Um deles em Santa Catarina. Seis armas, entre elas uma submetralhadora, R$ 65 mil em espécie e em cheques, joias, celulares e relógios foram apreendidos na operação.

“Foi uma operação que teve como estratégia o uso da inteligência policial com o uso de drones e outras ferramentas de tecnologia para identificar previamente os alvos da operação”, explicou o comandando do policiamento de Choque, coronel Valmor Racorti. “Todos as ordens judiciais foram cumpridas simultaneamente pelas equipes em campo.”

Segundo as investigações, após viabilizar os empréstimos, o bando usava de extorsão, roubos e até sequestros para intimidar os devedores e receber os valores financiados. 

Os investigados possuem um longo histórico criminal, com passagens e condenações pela prática de crimes de roubo, tráfico, receptação de veículos, além de indivíduos que ingressaram na facção criminosa e se especializaram nesse tipo de atividade.

Ainda conforme a apuração, dentro do bando existiam pessoas que eram operadoras dos empréstimos, figuras responsáveis pela captação de novos clientes e firmar os financiamentos, “demonstrando a existência de uma cadeia de hierarquia”.

“A facção criminosa vem se sofisticando nas suas formas de obter rendimentos, deixando de lado as práticas criminosas de tráfico, roubo, e se pautando muito por outras atividades mais lucrativas e menos de risco, do ponto de vista de repressão, caracterizando essa sofisticação”, explicou o promotor do Gaeco, Frederico Silvério.

A operação foi batizada de Khalifa em referência ao edifício Burj Khalifa, em Dubai, e às viagens internacionais registradas com ostentação pelos investigados nas redes sociais.

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