O promotor Lincoln Gakya, conhecido por sua atuação firme no combate ao Primeiro Comando da Capital (PCC), fez uma revelação contundente em entrevista ao programa Brasil do Povo, da RedeTV!, apresentado por José Luiz Datena, na última terça-feira (16). Foto: Tv Record.
Ao comentar o assassinato do ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Fontes, executado em Praia Grande com mais de 60 disparos de armas de grosso calibre, Gakya destacou a gravidade das ameaças que ele próprio enfrenta há décadas.
Alvo constante
Vigiado e monitorado pela facção criminosa, o promotor foi categórico:
“Quando a ordem é dada, pode ter certeza que ela vai ser cumprida. Eu não duraria uma semana sem minha escolta. Minha rotina foi e continua sendo monitorada pelo PCC, já tivemos relatos de filmagens, drones e uma série de situações.”
Preocupação com aposentadoria
Prestes a reunir os requisitos para a aposentadoria, Gakya disse que não pretende deixar a carreira sem uma garantia legal de escolta.
“Não é uma deferência do governador ou do secretário de Segurança, tem que ser uma lei que assegure a escolta havendo risco, mesmo depois da aposentadoria. Do contrário, vou trabalhar até os 75 anos ou pedir asilo político em outro país.”
Contexto
O caso de Ruy Fontes, morto sem escolta nem carro blindado, reforça as preocupações de Gakya sobre a vulnerabilidade de autoridades que atuam na linha de frente contra o crime organizado. Para ele, é urgente a criação de uma legislação que assegure proteção vitalícia a promotores, juízes, delegados e outros agentes expostos a riscos permanentes.